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17 jul

Como a granulometria dos agregados influencia na produção de blocos e pavers?  

Uma série de fatores são responsáveis pela mensuração da qualidade dos componentes presentes no concreto utilizado na produção de artefatos como blocos e pavers. Entre eles, a granulometria se destaca pela sua importância e variedade de resultados.

Como uma forma de medição e controle da distribuição e tamanho das partículas de agregados envolvidas na produção do concreto, essa se tornou uma propriedade fundamental no controle da qualidade de itens como areia e brita.

Atentos a todos os pontos da granulometria, profissionais da engenharia civil conseguem usar seus resultados ainda para controlar custos, influenciar diretamente em propriedades físicas e mecânicas do concreto e ainda melhorar o desempenho de uma série de processos com o uso preciso de aditivos.

Quer saber mais sobre como a granulometria é importante para o mercado que depende da qualidade do concreto e seus agregados? Continue acompanhando este material e descubra ainda como esta classificação é importante para a produção de artefatos de concreto! 

O que é a granulometria?

A granulometria é a proporção relativa, em porcentagem, dos diferentes tamanhos dos grãos que constituem o agregado. A composição granulométrica tem grande influência nas propriedades das argamassas e concretos.

Os agregados são materiais granulares que compõem a maior parte do volume do concreto, chegando até a 70% do seu volume total. Eles podem ser classificados, inicialmente, de três formas:

Agregados Naturais

Estes provêm da natureza, tais como pedregulhos, cascalhos, seixos rolados e areia dos rios que não passam por nenhuma técnica de beneficiamento.

Agregados Industrializados

Os industrializados, por sua vez, são o resultado de processos pesados da indústria, como escória britada e argila expandida.

Agregados Artificiais

Já os agregados artificiais são aqueles obtidos por meio da britagem das rochas, tal como a pedra britada e os pedriscos.

Em se tratando dos agregados artificiais, outros dois tipos de classificações podem ser atribuídas ao material. Os graúdos, como brita e pedra-de-mão e os miúdos, como areia artificial, originada do processo de britagem, e pó de pedra. 

Cada tipo de agregado tem uma função específica no concreto e deve atender a requisitos de qualidade, como resistência, durabilidade, limpeza e, é claro, granulometria.

Como é feita a medição da granulometria dos agregados?

A medição da granulometria dos agregados, ou análise granulométrica, é regulamentada pela ABNT NBR NM 248 e determinada por meio de ensaios de peneiramento em laboratório ou por balanças com resolução de, no mínimo, 0,1% da massa de amostra de ensaio. 

Estas técnicas dividem e separam as partículas em frações de diferentes diâmetros.

Granulometria do agregado graúdo – Pedra britada

Segundo ABNT/NBR 7211/2019, define-se como agregado graúdo, o agregado cujos grãos

passam pela peneira com abertura de malha de 75 mm e ficam retidos na peneira com abertura de malha de 4,75 mm.

Nesse sentido, o agregado graúdo mais comum é a brita que, segundo o Ministério de Minas e Energia, no Brasil, é produzida de granito/gnaisse em cerca de 85% de seu volume, 10% de calcário/dolomito e 5% de basalto/diabásio. 

A pedra britada é obtida em uma pedreira, onde ocorre a desintegração, por explosão controlada da rocha que dá origem à brita. Esse material é levado ao britador e, posteriormente, ela passa por diversas peneiras de malhas diferentes onde são classificados de acordo com sua granulometria em nomenclatura e dimensões como:

  • Pedrisco, ou brita 0, com granulometria entre 4,8 e 9,5 mm;
  • Brita 1 com granulometria entre 9,5 e 25 mm;
  • Brita 2 com granulometria entre 19 e 31,5 mm;
  • Brita 3 com granulometria entre 25 e 50 mm;
  • Brita 4, também chamada de pedra de mão, tem entre 37,5 e 75 mm.

Os agregados graúdos devem, acima de tudo, ser compatíveis com as dimensões dos blocos e pavers de concreto. 

O tamanho máximo do agregado graúdo não deve ultrapassar um terço da espessura do produto.

Agregados miúdos. Como é feita a granulometria da areia.

Também conforme a ABNT/NBR 7211/2019, define-se como agregado miúdo, o agregado cujos grãos passam pela peneira com abertura de malha de 4,75 mm e ficam retidos na peneira com abertura de malha de 0,15 mm.

A areia, principal agregado miúdo, pode ser originada de diferentes fontes naturais, como leitos de rios, bancos, cavas, depósitos eólios, ou de processos artificiais, como a britagem. Ela é dividida em três faixas conforme o tamanho dos grãos:

  • Fina, com grãos de 0,15 a 0,6 milímetro;
  • Média, com grãos de 0,6 a 2,4 milímetros;
  • Grossa, com grãos de 2,4 a 4,8 milímetros.

O tamanho mínimo do agregado miúdo deve ser suficiente para preencher os espaços entre os grãos graúdos. Dessa forma, evita-se a segregação e a exsudação do concreto.

💡Leia também, Granulometria dos agregados para produção de telhas de concreto

Influência da granulometria para peças de concreto

A produção de artefatos de concreto com qualidade,  de acordo com especificações

técnicas, traz inúmeros benefícios ao produtor e ao mercado, reduzindo custos, fortalecendo sua imagem e intensificando sua utilização.

O concreto seco para fabricação de pavers e blocos, é composto de areia (agregado miúdo), brita (agregado graúdo), cimento portland, água e aditivos. 

A determinação da curva granulométrica para o concreto usado na produção desses artefatos pode ser classificada em:

Granulometria contínua 

Confere maior trabalhabilidade e menor consumo de água.

Granulometria descontínua

Essa forma de distribuição granulométrica gera maior resistência ao concreto.

Granulometria uniforme

Maior consumo de água.  

Definição da faixa de granulometria ideal

A curva granulométrica é a representação gráfica da medição do tamanho de partícula dos agregados que fazem parte da mistura de concreto.

O processo de obtenção da curva granulométrica consiste em passar a amostra através de uma série de peneiras padronizadas de diferentes diâmetros montadas em uma coluna. Então, as peneiras são removidas e o material retido em cada uma delas é pesado. 

Segundo o livro “Blocos e Pavers – Produção e Controle de Qualidade”, de Idário Fernandes, a curva de granulometria ideal seria como esta, mostrada a seguir. 

A figura mostra uma curva granulométrica resultante de uma mistura balanceada de agregados, inserida entre duas outras curvas que delimitam uma faixa granulométrica recomendada para cada produto, bloco ou paver, sendo, a curva contínua, para blocos, e a tracejada, para pavers.

Quanto mais abaixo na faixa se localizar a curva, mais fina será a composição da mistura. Em casos como esses, melhor será o acabamento obtido nos artefatos, porém, será menor sua resistência. 

Produção de artefatos de concreto com controle e qualidade

Observamos que uma granulometria inadequada pode comprometer a resistência, a durabilidade e a aparência dos artefatos de concreto. Por isso, é importante que a definição dos agregados  e os ensaios sejam adequados para cada tipo de aplicação.

No caso da produção de blocos e pavers de concreto, a granulometria dos agregados deve ser cuidadosamente selecionada para garantir sua qualidade.

Essa combinação dos agregados deve ser feita de forma a garantir uma distribuição adequada das partículas e influenciando na compactação do concreto e uma menor quantidade de vazios entre as partículas.

💡Leia ainda, Ensaios para controle da qualidade do concreto no estado fresco. Conheça os tipos e como são feitos.


Gostaria de descobrir ainda mais detalhes sobre as propriedades do concreto e seus ensaios de qualidade? Acesse nosso blog e continue conferindo nossos conteúdos!

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