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24 jul

Cimento verde: saiba o que é este novo material

Nós já falamos por aqui sobre o concreto ser o material construtivo mais utilizado do mundo. E, mais que isso, o segundo material mais consumido no geral — perdendo apenas para a água. A quantidade de cimento necessária para que a produção de concreto seja grande do jeito que observamos é enorme. E como a produção do concreto é um processo prejudicial ao planeta, diversas soluções têm sido desenvolvidas com o objetivo de tentar diminuir este impacto. Uma delas é justamente o assunto deste texto: o cimento verde.

Na sequência, a Tecnomor te explica o que é o cimento verde, mostra as aplicações mais comuns que podem vir a ser feitas e ainda apresenta alguns dos diferentes tipos de cimento de verde. Continue a leitura e confira!

O que é cimento verde

Como já citamos, a produção de concreto é um processo prejudicial ao planeta. Isso porque ele consome muita energia e libera enormes quantidades de CO2 na atmosfera terrestre. A intenção do cimento verde é amenizar esses efeitos, justamente sendo um material que não gasta tanta energia e emite quantidades menores de CO2. Basicamente, qualquer cimento que atinja este objetivo pode ser chamado de cimento verde.

Vale citar aqui que já existem diversos tipos de cimento verde sendo produzidos e testados em vários lugares do mundo, incluindo dois tipos distintos aqui no Brasil. Nós falaremos um mais sobre isso logo abaixo.

Atualmente, o principal obstáculo da produção do cimento verde é alterar as suas estruturas químicas — para que o processo de produção gaste menos e seja menos prejudicial — sem que características básicas como a resistência do material sejam afetadas.

Diferentes tipos de cimento verde

Nós acabamos de falar que existem diferentes tipos de cimento verde sendo produzidos e testados por todo o planeta. Aproveitamos e trouxemos mais informações sobre alguns dos principais. Veja:

KIT

O KIT, sigla para Instituto de Tecnologia de Karlsruhe, na Alemanha, está entre os principais centros de pesquisa sobre consumo de energia de toda a Europa. Em um simpósio feito na França em 2017, o instituto anunciou o seu projeto de cimento verde para o mundo, com um método que substitui o clínquer do cimento por hidrosilicatos de cálcio. Com isso, a ideia é reduzir o consumo de energia em até 50%.

De acordo com o próprio instituto, caso todas as fábricas do mundo adotem a produção do produto, meio bilhão de toneladas de CO2 deixaria de ser emitido na atmosfera a cada ano. A previsão, porém, é que isso só venha a acontecer depois de 2050 — visto que ainda há testes a serem realizados.

Escola Politécnica da USP

Temos mais dois exemplos — ambos brasileiros. O primeiro deles está sendo desenvolvido por pesquisadores da Escola Politécnica da USP, utilizando uma tecnologia semelhante à elaborada pelo KIT, mas um pouco menos complexa e, portanto, mais acessível.

Ao invés dos hidrosilicatos de cálcio, aqui o clínquer do cimento está sendo substituído por pó de calcário cru superfino. Estudos mostraram que a redução de CO2 neste processo é de cerca de 50%.

Contudo, estes estudos ainda são bem embrionários — limitando-se ao âmbito acadêmico.

IPT e Proguaru

Por fim, o último exemplo que trouxemos, mais um brasileiro, está sendo desenvolvido por uma parceria entre o IPT (Instituto de Pesquisas Tecnológicas), o Proguaru (Progresso e Desenvolvimento de Guarulhos S/A) e a empresa InterCement.

Aqui, o processo consiste na elaboração de uma solução feita com resíduos de construção e demolição (RCD), através de técnicas de processamento, como caracterização química, métodos específicas de moagem e técnicas expeditas de desidratação. Da mesma maneira que o anterior, a produção aqui emite menos CO2.

Este cimento verde, vale citar, já foi testado em uma situação real: utilizado como agregado em uma brita graduada tratada com cimento (BGTC), ele foi aplicado na pavimentação de uma rua em Guarulhos. Testes posteriores ainda serão feitos para atestar a eficácia do material.

Outras aplicações

Infelizmente, ainda não há nenhum tipo de cimento verde disponível no mercado para o uso em larga escala. No entanto, é preciso que testes sejam feitos para confirmar a qualidade dos materiais produzidos. 

Mesmo que as pesquisas de laboratório feitas em um dos tipos — o criado pelo IPT em parceria com o Proguaru — mostrem que a resistência mecânica de materiais feitos com cimento verde é similar à dos feitos com cimento Portland, o recomendado é que o cimento seja (pelo menos por enquanto) aplicado em situações que não exigem uma resistência tão alta.

Alguns exemplos citados pelo engenheiro civil Valdir Moraes Pereira, consultor e um dos responsáveis pelo do Laboratório de Materiais de Construção do IPT, são a já citada BGTC, em que substitui-se o cimento normalmente utilizado pelo cimento verde, e alguns tipos de artefatos de concreto.

E você, já conhecia o cimento verde? Sabia que existem vários tipos? Caso tenha gostado deste texto e queira receber mais conteúdo sobre inovação envolvendo concreto, não deixe de acompanhar a Tecnomor no Facebook e no Instagram!

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