Qual o impacto ambiental de cada material de construção?

A construção civil é uma das atividades mais importantes do país. Ao mesmo tempo que gera emprego e renda, fortalecendo a economia, proporciona também o desenvolvimento social. Por outro lado, a construção civil também é responsável por alguns impactos ambientais consideráveis em todas as suas etapas, e uma das etapas está relacionada ao material de construção.

São muitos os materiais de construção, não é verdade? Areia, cimento, cal, brita, alumínio, aço, são alguns exemplos. Desde a produção, o uso e a destinação final, o material de construção causa impactos no meio ambiente.

Nesse texto , vamos entender como cada material de construção pode prejudicar o meio ambiente e como podemos prevenir esses impactos. Aliando, assim, a construção civil ao desenvolvimento sustentável.

Aproveite para saber a importância da sustentabilidade na indústria da construção civil clicando aqui.

Impactos ambientais em cada fase do material de construção

O material de construção é um dos elos que constituem a cadeia produtiva da construção civil. 

Antes de ser utilizado na construção, o material passa por uma série de processos de produção, que é quando a matéria prima é transformada no produto em si. São processos químicos e mecânicos feitos em uma série de passos em cada unidade da operação. 

Os impactos ambientais causados pelos materiais de construção podem ser:

1. Devido à produção: uso de recursos naturais e energia, emissão de gases, toxinas;
2. Devido ao uso: utilização de materiais poluentes;
3. Devido à demolição e destinação final: entulhos, óleos, solventes, materiais que não são descartados corretamente e podem causar poluição nos rios, emissão de gases, por exemplo.

Qual o impacto ambiental de cada material de construção?

Agora, vamos especificar os impactos ambientais de alguns materiais:

Aço

O aço, basicamente, é a união de ferro e carbono. Para conseguir explorar as matérias primas do aço é preciso remover a vegetação nativa da área para explorar os minérios. 

Ou seja, as árvores são cortadas e a camada superficial de vegetação do solo é perdida, esse processo torna o solo estéril, pois acaba com suas propriedades físicas, químicas e biológicas.

Por outro lado, o aço ainda é um dos materiais mais reciclados do mundo. O segmento fomenta a coleta, quando o produto chega ao final da sua vida útil, e a reciclagem, integrando-os em novos produtos.

Cimento

O cimento é um recurso revolucionário na história da engenharia e da maneira como as cidades passaram a se desenvolver. 

A produção de cimento envolve duas grandes etapas: a mineração do calcário e a fabricação do cimento. A atividade de mineração da rocha calcário é feita a céu aberto, as rochas são extraídas e reduzidas com explosivos, o que contribui para a emissão de CO2 e degradação do solo.

Já a segunda etapa tem como processo principal a fabricação do clínquer, que utiliza um forno rotativo aquecido a mais de 1400 graus centígrados, o qual é alimentado com uma mistura extraída de calcário moído, argila, minério de ferro e cinzas. O resultado da combustão de tal mistura é dividido em óxido de cálcio e CO₂, liberando dióxidos de carbono para a atmosfera.

Areias e brita

As areias podem ser extraídas dos leitos de rios, sem necessidade de tratamento para adicionar ou eliminar substâncias químicas. Esse processo é o menos nocivo para o meio ambiente quando a extração é feita em pequena quantidade.

O impacto ambiental maior está relacionado à produção de areia em várzeas ou mantos de decomposição de rochas e arenitos, por exemplo.

Esses processos de produção de areia e brita, quando realizados em grandes escalas e sem conhecimento adequado, prejudicam o uso da terra e contribuem para a ocorrência de áreas alagadas.

Qual o cenário ideal?

A construção civil é considerada uma das indústrias que mais causam impactos ao meio ambiente, alguns exemplos são:

• Modificação da paisagem;
• Geração de resíduos;
• Utilização de recursos naturais e energia;
• Emissão de gás carbônico.

Dados do Global Status Report for Buildings Construction, um relatório da ONU (Organização das Nações Unidas), apontam que em 2020 o setor de construção civil foi responsável por 36% do consumo mundial de energia e, também, por 37% das emissões de CO2.

Em contrapartida, a construção civil é um dos setores mais importantes quando falamos em desenvolvimento econômico e social. 

Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), demonstram que o Produto Interno Bruto (PIB) da construção civil cresceu em 9,7%, em 2021. E o fato é que a indústria da construção civil contribui em grande escala para a economia do nosso país.

Então, qual seria o cenário ideal? É preciso se adaptar. O ambiente industrial como um todo deve ser provocado constantemente pela inovação tecnológica, principalmente no segmento da construção civil. 

Quando falamos do material de construção, é imprescindível verificar a qualidade dos materiais, desenvolver processos modernos e, sem dúvidas, fomentar, ampliar o desenvolvimento de novas soluções de materiais e de processos menos poluidores.

O uso de aditivos químicos para a produção de concreto vai de encontro a estes objetivos. Aliado a novas tecnologias é possível desenvolver concretos com melhor desempenho promovendo também redução do consumo de cimento.

Além disso, os desmoldantes usados anteriormente eram à base de óleo minerais – altamente poluentes e prejudiciais à saúde. Atualmente a maioria dos produtos são à base de óleos vegetais que não prejudicam o meio ambiente nem a saúde de quem o manipula.

Lembre-se: a escolha dos materiais de construção determina grande parte do impacto ambiental que pode ser gerado pela  construção civil.

Por isso, a importância de aliar todos os processos que envolvem o segmento da construção civil à sustentabilidade, escolhendo materiais de construção que tenham processos produtivos que geram menos impacto ao meio ambiente.

Ficou curioso sobre o assunto? Leia nosso artigo sobre “A importância da sustentabilidade na indústria da construção civil”.
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