Métodos de dosagem de concreto convencional
A dosagem de concreto, ou seja, as quantidades de materiais utilizados em seu preparo, é uma questão muito importante no campo da construção civil.
No entanto, existem diversas dúvidas sobre como essa mistura deve ser feita, uma vez que existem diferenças nas características dos materiais utilizados de acordo com cada região, bem como nas condições específicas de produção.
Pensando nisso, a Tecnomor traz, neste texto, informações sobre a dosagem de concreto e os métodos utilizados para essa definição!
Dosagem de concreto
Em termos gerais, a dosagem de concreto pode ser entendida como a proporção adequada e mais econômica dos diferentes materiais utilizados para produzi-lo: cimento, água, agregados, adições e aditivos, visando atender a uma ou mais propriedades do concreto, tanto no estado fresco como no estado endurecido.
Algumas características a serem considerados são:
- resistência do concreto;
- trabalhabilidade;
- permeabilidade/porosidade;
- circunstâncias de uso;
- custo.
Vale destacar que esse proporcionamento é definido em laboratório e depende de uma série de fatores que devem ser observados, conforme as condições específicas de produção e as exigências de projeto.
Dessa forma, a dosagem teórica/experimental baseia-se em uma série de fundamentos que podem ser agrupados nas categorias a seguir:
- Influência da relação água/cimento nas propriedades do concreto endurecido;
- Melhor composição granulométrica dos agregados;
- Ajuste da consistência em função do melhor teor de finos (argamassa);
- Ajuste da fluidez do concreto por meio da relação água/materiais secos com ou sem o uso de aditivos.
Dessa forma, a dosagem de concreto não funciona como uma fórmula exata. Diversas características e especificidades irão participar do proporcionamento, que será adequado às necessidades de cada produção.
Métodos para dosagem de concreto
Por isso, existem diferentes métodos para definir a dosagem de concreto. Tratam-se de estudos que buscam selecionar e quantificar os materiais utilizados para a produção de concreto, a fim de aprimorar a durabilidade das estruturas, assim como a resistência das mesmas. Os custos do produto final também são considerados, observando a efetiva qualidade e segurança do concreto produzido.
Abaixo citamos alguns dos métodos existentes. Eles são identificados de acordo com a instituição que o idealizou e diferem-se, principalmente, quanto à maneira de se determinar a composição dos agregados no concreto.
- Método da ABCP – Associação Brasileira de Cimento Portland (São Paulo);
- Método do IPT/EPUSP – Instituto de Pesquisa Tecnológicas do Estado de São Paulo e da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo;
- Método do Instituto de Tecnologia do Estado do Rio Grande do Sul (ITERS), atualmente identificado como CIENTEC – Fundação da Ciência e Tecnologia do Estado do Rio Grande do Sul;
- Método do INT – Instituto Nacional de Tecnologia (Rio de Janeiro);
- Método IBRACON – Instituto Brasileiro do Concreto (São Paulo);
- Método do Centro Tecnológico de Engenharia Civil de FURNAS (Goiás);
- Método do ACI – American Concrete Institute (EUA);
- Método do BSI – British Standards International (Reino Unido).
Abaixo, abordaremos mais profundamente 4 dos métodos de dosagem de concreto brasileiros mais empregados.
1 – Método de dosagem ABCP
Esse método, muito utilizado no Brasil, foi criado pela Associação Brasileira de Cimento Portland (ABCP) na década de 1980. Por isso, é considerado desatualizado, uma vez que, nas últimas décadas, os materiais se transformaram bastante.
Dessa forma, ele é usado para o desenvolvimento de um traço-base, que precisa ser ajustado a partir de corpos de prova e ensaios. O método ABCP considera, de modo geral, as propriedades físicas e mecânicas dos materiais utilizados.
A partir das referências da NBR 12655 (2006), diferentes valores de desvio padrão podem ser utilizados para se calcular a melhor resistência. Além disso, pode-se escolher entre faixas de trabalhabilidade do concreto, conforme as condições específicas.
2 – Método de dosagem do IPT/EPUSP
O Método de Dosagem do Instituto de Pesquisas Tecnológicas de São Paulo é bem simples e versátil, tendo ampla aceitação no Brasil. Foi desenvolvido por Ary Torres, tomando como base os estudos de Abrams, e baseia-se na determinação experimental de um teor de argamassa ideal para o recobrimento do agregado graúdo utilizado.
Divide-se, basicamente, em duas etapas, a primeira delas consiste na determinação do teor de argamassa ideal e, a segunda, no traçado de um ábaco de dosagem.
3 – Método de dosagem CIENTEC
Esta metodologia, de caráter experimental, surgiu em função da dificuldade em se adaptar as metodologias de dosagens existentes à época aos materiais disponíveis no Rio Grande do Sul.
O método foi desenvolvido de forma que a mistura apresente, no estado fresco, a máxima trabalhabilidade para um dado consumo de água e a máxima resistência a esforços mecânicos quando no estado endurecido.
4 – Método de dosagem do INT
O método de dosagem do Instituto Nacional de Tecnologia do Rio de Janeiro pressupõe a obtenção de um concreto com granulometria ideal, de modo a satisfazer as características de resistência e trabalhabilidade requeridas.
No entendimento de Lobo Carneiro, precursor do método, o uso de uma granulometria ótima na composição cimento:agregado permitirá a obtenção de uma mistura de máxima compacidade e, consequentemente, com o mínimo de vazios. Esse processo, por sua vez, implicará no consumo mínimo de cimento para uma mesma consistência e uma mesma relação água/cimento. Para tanto, Lobo Carneiro adota o uso de faixas granulométricas ótimas em detrimento ao uso de curvas granulométricas únicas.
Considerando a dosagem de concreto e seus métodos , como mostram as informações acima, o uso de aditivos é fundamental para a produção de concreto com alta qualidade. E a Tecnomor possui reconhecida experiência em aditivos. Siga-nos no Instagram, Facebook e YouTube para conhecer mais sobre as nossas soluções e produtos.